Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e
muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por
famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes)
entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00. Se sua empresa trabalha com este perfil de consumidor, aqui você irá conhecer um pouco mais sobre a Classe C.
Você encontrará de maneira objetiva, diversas características da classe C que podem lhe auxiliar na busca de novas oportunidades de mercado e quem sabe, na criação de novos produtos:
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Os 94,9 milhões de
brasileiros que compõem a nova classe média corresponde a 50,5% da população
– ela é dominante do ponto de vista eleitoral e do ponto de vista econômico.
Detêm 46,24% do poder de compra (dados 2009) e supera as classes A e B (44,12%)
e D e E (9,65%). (Neri)
Os jovens da classe C, mais
educados e conectados, são hoje os formadores de opinião na família e na
comunidade. (Meirelles)
68% dos jovens da classe C
estudaram mais que os pais. (Meirelles)
A nova classe média não deseja o estilo de vida das elites e
prefere produtos que valorizam a sua origem.
(Meirelles)
79% da nova classe média confiam mais nas recomendações de
parentes que na propaganda da TV.
Segundo pesquisa da Fractal, a nova classe média
deseja cultivar respeito próprio (99,2%), ser respeitada pelos outros (99,1%),
ter segurança para viver (99,1%), desfrutar da vida (98,5%), sentir que alcançou
as aspirações (98,2%).
Até poucos anos atrás,
depois de quitadas as contas do mês, essas pessoas não tinham um centavo
sobrando para consumir mais do que os itens da cesta básica. Hoje, colecionam
sapatos, têm acesso à tecnologia e frequentam faculdades. Tudo isso graças a
mudanças profundas na economia brasileira que elevaram a renda dos brasileiros.
Nos últimos sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar,
que hoje vai de R$ 1,1 mil a R$ 4,5 mil. Esse aumento já injetou na economia
mais R$ 100 bilhões desde 2002.
De acordo com dados do
instituto de pesquisa Data Popular, a classe C
é responsável por 78% do que é comprado em supermercados, 60% das
mulheres que vão a salões de beleza, 70% dos cartões de crédito no Brasil e 80%
das pessoas que acessam a internet. “A nova
classe média movimenta R$ 273 bilhões na internet por ano somente com
seu salário, se considerarmos o crédito disponível à ela, esse montante dobra”.
Essa nova classe social
cresce cerca de 4% ao ano. Mais da metade da população brasileira se enquadra
nesta nova classe média de ex-pobres que estão a cada dia que passa melhorando
de vida e agora vivendo na classe média C. As pessoas que formam essa nova
classe média são aquelas que antes não tinham conta em banco e só consumiam o
que realmente era necessário, mas que hoje comprar o primeiro carro zero e
constroem a sua casa própria. Isso está acontecendo por causa do aumento de
emprego e também por causa dos reajustes nos salários que também contribuem
para o crescimento dessa nova classe.
Os emergentes são a maior novidade econômica, social
e política do Brasil na última década. Essa classe crescente é a grande
novidade do "Brasil bem-sucedido" dos últimos anos, mas ainda é pouco
conhecida. De um lado existe muito preconceito em relação a ela, como em geral
aos setores populares no Brasil. (Jessé de Souza)
A população de classe C
tem menos problemas com o peso, em comparação com os mais ricos, decorrência
direta de menos excessos na alimentação, somado a mais mobilidade física
rotineira. Apenas 27% da classe C1 estão acima
do peso, contra 31% da AB1.
“O homem dessa categoria
tende a viver menos e as mulheres exercem mais
responsabilidade sobre a família, têm mais autonomia socioeconômica e,
consequentemente, de consumo”, diz Dora Câmara, diretora comercial do
Ibope Mídia e responsável pela pesquisa.
Do ponto de vista
econômico, a classe C está mais otimista. Em
2005, 40% declararam estar melhor do que no ano anterior. Já em 2009, este
percentual subiu para 50%. Em relação às perspectivas futuras, o
percentual de otimismo também aumentou: em 2005, 74% estavam otimistas com o
próximo ano e, em 2009, este percentual foi a 84%.
A pesquisa revela que 19% das pessoas de classe C planejam comprar imóvel
nos próximos meses e 9,5 milhões pretendem adquirir um automóvel nos
próximos 12 meses (novo ou usado).
Entre as áreas com grande potencial de crescimento,
destaque para a baixa proporção da população de classe C que fala mais de um
idioma (apenas 23%) e para os investimentos em aparência e cuidados pessoais,
prioritários, sobretudo, para as mulheres e os jovens (64% responderam que é
muito importante manter-se jovem).
Com emprego garantido e mais renda, os brasileiros
migram dos serviços públicos de educação e saúde para redes privadas. O
objetivo é conseguir um melhor atendimento, só que agora é o setor privado que
não consegue dar conta da demanda e manter a qualidade.
De acordo com Henrique
Salvador, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), a
concorrência é cada vez maior entre as operadoras de convênio, que fazem planos
mais baratos para atrair a classe C. A estratégia provoca uma sobrecarga nos
hospitais.
"O Brasil vive um
ciclo de crescimento e uma das conquistas mais desejadas é um plano de
saúde", diz Salvador. Em 2010, o número de
usuários do sistema privado de saúde cresceu 9%, o dobro do crescimento
médio anual desde 2000. Segundo a Anahp, hoje 24% dos brasileiros são atendidos
na rede particular.
A migração de pessoas do setor público para o
privado que ocorre na área de saúde também se dá na de educação. Em 2003, 11%
dos alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio frequentavam escolas
privadas. Esse porcentual está em 16% hoje e deve chegar a 20% em cinco anos.
"Hoje, as classes C e D começam a ter acesso
às escolas privadas. E quem já tem filhos na rede particular busca opções
melhores", diz Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieesp). Para o professor, o problema
de falta de vagas está concentrado nas escolas que atendem a classe B.
Os números comprovam a
força da classe C. De 2002 a 2008, houve um aumento de cerca de 7% no número de
domicílios de classe C – o que equivale a dizer que, em seis anos, as famílias pertencentes a esse estrato
social pularam de 13 milhões para 19 milhões. No mesmo período, a massa
de renda dessa mesma classe apresentou um aumento
de aproximadamente 150 bilhões de reais. Está ocorrendo hoje no Brasil
um momento de enorme mobilidade social”, analisou a Luciana. “Com uma redução
de famílias das classes D e E, e um aumento de famílias das classes C – e B
também, só que mais secundariamente”.
fonte: net